Teremos mais duas turmas do curso de TOGAF 9 em Julho, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro.
A turma do Rio ocorre de 12 a 15 de Julho.
A de São Paulo, de 19 a 22 de Julho.
Trata-se de um curso realizado em parceria com a Architecting the Enterprise, a maior consultoria em TOGAF no mundo, tendo sido responsável pela certificação de mais da metade dos profissionais certificados no TOGAF.
O curso é em horário integral e cobre todos os tópicos obrigatórios pelo Open Group para a prova de certificação.
Nos próximos dias 2 a 5 de Maio teremos mais uma turma em São Paulo de nosso já tradicional curso de Arquitetura Empresarial. O curso está para completar dois anos, foi o primeiro curso no assunto oferecido no Brasil e é ainda o único a ser regularmente oferecido.
O Curso Oficial (Accredited) de TOGAF 9 vem sendo ministrado, desde Janeiro, por mim.
Como o leitor sabe, o curso é ministrado pela Architecting the Enterprise (AtE), a principal consultoria em TOGAF do mundo, em parceria com a GNOSIS.
Participei, no fim do ano passado, do processo de credenciamento de instrutores da AtE, tornando-me o primeiro (e, até agora o único) instrutor no Brasil credenciado a ministrar o curso. Desde janeiro já ministramos duas turmas, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
O próximo passo é a tradução dos materiais para o Português.
Comecei neste mês a ministrar a disciplina Cultura e Poder em Projetos para a 10a e a 11a turmas do curso de pós-graduação em Gerenciamento de Projetos do SENAC-SP. Ministro esta disciplina desde 2000, quando tivemos as primeiras turmas do curso e, desde então, ela vem sendo avaliada pelos alunos como uma das melhores do curso. Isto se deve ao fato de que o conteúdo abordado – Sociologia e Ciência Política aplicados às Organizações e aos Projetos – é visto pelos alunos como um complemento fundamental aos temas vistos nas demais disciplinas do curso, que versam principalmente sobre as áreas de conhecimento do Guia PMBOK. A idéia é alertar aos alunos para o fato de que um projeto “tecnicamente perfeito” – ou seja, empregando as boas práticas do PMBOK – nem por isso tem seu sucesso garantido, já que a atenção aos aspectos da Cultura Organizacional e das Relações de Poder ali existentes é fundamental para garantir o sucesso do projeto.
O conteúdo da disciplina é o mesmo do curso homônimo que ministramos na Gnosis.
No último artigo da série, discutimos o Zachman Framework, sua importância e influência como referência obrigatória a qualquer esforço de Arquitetura Corporativa.
Neste artigo, discutiremos em maiores detalhes o TOGAF 9.
TOGAF 9
Conforme discutimos na artigo anterior, uma das limitações do Zachman Framework é não prover orientações sobre como realizar o trabalho de arquitetura. Não sendo um padrão aberto, a metodologia para a construção e operação de uma Arquitetura Corporativa estão disponíveis apenas através de consultoria prestada por empresas ligadas diretamente a John Zachman.
Assim sendo, os praticantes de arquitetura criaram uma demanda para uma metodologia aberta de arquitetura que lhes ajudasse a iniciar e manter esta iniciativa. Com o tempo, entre os vários frameworks abertos disponíveis, o TOGAF (The Open Group Architecture Framework) se impôs como padrão de facto na área.
A característica distintiva do TOGAF (além do fato de ser aberto) é a disponibilização de uma metodologia amplamente customizável para orientar os esforços de arquitetura. O “coração” do TOGAF é o ADM (Architecture Development Method) que, como diz seu prórpio nome, estabelece uma metodologia para o desenvolvimento e manutenção de uma Arquitetura Corporativa.
O ADM é representado pelo seguinte diagrama:
Como podemos ver, trata-se de um processo iterativo. A Fase Preliminar é aquela na qual “colocamos em pé” o esforço de arquitetura, estabelecendo a equipe de arquitetura e definindo o método e metamodelo customizados a serem usados em nosso esforço de arquitetura. É aqui também que escolhemos ferramentas de repositório, definimos os processos de Governança da Arquitetura e obtemos o Patrocínio necessário para o esforço de arquitetura.
A partir daí, executamos iterativamente as demais fases do ADM:
Fase A – Visão da Arquitetura: Enquanto na fase Preliminar estabelecemos o processo de arquitetura, esta fase corresponde ao planejamento do projeto de arquitetura a ser executado nesta “rodada” do ADM. Trata-se de estabelecer uma visão de como deve ser nossa arquitetura futura para atender às metas estratégicas de negócio, que são a principal entrada para esta fase. O resultado desta fase é um Documento de Visão da Arquitetura, que documenta onde a organização quer chegar com sua arquitetura para viabilizar o cumprimento das metas estratégicas, e um Plano de Projeto para a execução desta “rodada” do ADM.
Fase B – Arquitetura de Negócio: Nesta fase, documentamos os estados atual e futuro (alvo desejado) dos Processos de Negócio da Organização. Equivale à elaboração da segunda linha do Zachman Framework, assim como a Fase A nos permitiu construir a primeira linha deste mesmo framework. O resultado da fase é o detalhamento das necessidades em termos de processos de negócio para atender às metas estratégicas, bem como um gap analysis que nos diz qual é a distância entre nossa situação atual (AS-IS) e a arquitetura em que queremos chegar (TO-BE).
Fase C – Arquiteturas de Sistemas de Informação: Nesta fase, identificamos os sistemas e dados necessários para atender à situação futura de processos de negócio desenhada na fase anterior, bem como nossa situação atual e a distância a ser percorrida (gap analysis).
Fase D – Arquitetura de Tecnologia: Da mesma forma, esta fase se ocupa de documentar as necessidades futuras em termos de infraestrutura tecnológica para atender às necessidades de sistemas e dados identificados na fase anterior. Mais uma vez, identificamos também nossa situação atual e a distância a ser percorrida.
Fases E e F – Oportunidades e Soluções e Planejamento da Migração: Nestas duas fases, consolidamos os gap analyses das fases B, C e D, e identificamos os projetos necessários para cobrir a distância a ser percorrida. O resultado é um portfolio de projetos para atingirmos nossa arquitetura desejada.
Fase G – Governança da Implementação: A rigor, o projeto de arquitetura desta iteração acabou na Fase F, tendo como produto o portfolio de projetos a serem executados para implementarmos a arquitetura desejada. Nesta fase, portanto, a principal atividade é a realização de revisões de conformidade, que são auditorias realizadas nos projetos do portfolio para garantir que estejam sendo executados de acordo com a arquitetura proposta.
Fase H – Gestão de Mudanças na Arquitetura: Propriamente falando, a Fase H não é uma “fase” no sentido de que não tem necessariamente um conjunto pré-determinado de tarefas nem um prazo para terminar. Trata-se de acompanhar no dia-a-dia a continuidade da relevância da arquitetura implantada na Fase G às necessidades estratégicas da organização. Mudanças no Ambiente de Negócios e na Estratégia exigirão mudanças na arquitetura, e o processo usado nesta fase deve ser capaz de separar pequenas de grandes mudanças. As grandes mudanças, tipicamente, exigirão a reentrada no ciclo do ADM, ou seja, o estabelecimento de um novo projeto, a ser iniciado novamente na Fase A.
Gestão de Requisitos: Mais uma vez, não se trata exatamente e uma “fase”. Esta atividade encontra-se – literalmente – no “centro” do ADM, significando que cada uma das demais fases do ADM ao mesmo tempo gera novos requisitos de arquitetura e utiliza como entrada os requisitos de arquitetura previamente identificados.
O TOGAF inclui orientações extensas sobre como realizar atividades de arquitetura. O ADM é o “centro” do framework, mas este ainda contém uma enorme quantidade de informação e orientações adicionais.
O TOGAF, hoje em sua versão 9, é atualmente o padrão de facto para Arquitetura Corporativa, sendo de longe o framework mais utilizado no mundo neste tipo de iniciativa. De fato, mesmo naquelas organizações onde se pratica apenas Arquitetura de TI (e não “Corporativa”, o que necessariamente inclui a Estratégia Corporativa e os Processos de Negócio), ele tem sido a opção escolhida.
Teremos mais uma turma de nosso curso de Arquitetura Corporativa no final deste mês. Como sempre, o curso detalha os frameworks Zachman e TOGAF 9 e inclui todo o conteúdo necessário para a certificação do Open Group.