O que NÃO é Arquitetura de Negócio

Quando falamos em Arquitetura de Negócio, especialmente para Arquitetos de TI, descobrimos que a maioria destes profissionais acredita que a Arquitetura de Negócio não passa de um “anexo” à Arquitetura de TI. 

 Como é de conhecimento geral, só temos Arquitetura Corporativa quando unimos a Arquitetura de TI à Arquitetura de Negócio.  Mas muita gente pensa que basta associar sistemas de informação a uma descrição genérica e de alto nível de processos de negócios e já teremos a Arquitetura de Negócio e, portanto, a Arquitetura Corporativa estabelecida.  

 Essa visão, infelizmente, é muito limitada. 

 O fato é que a Arquitetura de Negócio vai muito além dessa descrição genérica e de alto nível dos processos de negócio.  Ela inclui o entendimento e modelagem da Estruturas Organizacionais, Capacidades de Negócio (Capabilities) de Fluxos de Valor (Value Streams), Produtos e Serviços oferecidos pela empresa, sua Geografia e muitos outros aspectos que, muitas vezes, nem mesmo tem relação direta com a TI.  

 A Arquitetura de Negócio “para em pé” sozinha

Podemos dizer, inclusive, que a Arquitetura de Negócio “para em pé” sozinha, ou seja, é possível até mesmo estabelecermos uma prática de Arquitetura de Negócio sem a prática de Arquitetura de TI e, mesmo assim, obtermos significativos benefícios de negócio por passarmos a ser capazes de responder perguntas de negócio em termos de impactos e riscos, sem levar em conta a Arquitetura de TI subjacente.  

Arquitetura de Negócio no ACE

 Quem acompanha meus artigos sabe que propus uma customização do TOGAF chamada Arquitetura Corporativa Essencial (ACE).  Este modelo inclui um framework de conteúdo, que apresento na imagem abaixo. 

Framework de Conteúdo do ACE - Arquitetura Corporativa Essencial

 Como você pode observar no gráfico, a Arquitetura de Negócio é dividida em duas partes: Arquitetura de Negócio Estratégica e Arquitetura de Negócio Operacional. 

 A Arquitetura de Negócio Estratégica mapeia questões tais como a Missão e Visão da empresa, seus Valores e sua Cultura Organizacional, o seu Modelo de Negócio e sua Estratégia. 

 Já Arquitetura de Negócio Operacional preocupa-se com a Estrutura Organizacional, Capacidades (Capabilities), Fluxos de Valor (Value Streams), incluindo Processos de Negócio, os produtos e serviços que a empresa vende e a distribuição geográfica da organização 

 Com essas informações, relacionadas entre si, o Arquiteto de Negócio é capaz de responder a inúmeras perguntas de negócio, especialmente aquelas relacionadas aos impactos e riscos de modificações, sem nem mesmo entrar no mérito da Arquitetura de TI que está por baixo.  

Certificação em Business Architecture – The Open Group 

 O The Open Group, “dono” do TOGAF, considerou a Arquitetura de Negócio suficientemente importante para merecer sua própria certificação. Esta certificação verifica os conhecimentos dos candidatos em relação aos seguintes assuntos: 

  • Modelagem de Negócio– Business Model Generation (Alex Osterwalder)
  • Mapeamento de Capacidades– Capability Mapping
  • Mapeamento de Fluxo de Valor– Value Stream Mapping
  • Mapeamento de Informação– Information Mapping
  • Mapeamento Organizacional– Organizational Mapping
  • Cenários de Negócio– Business Scenarios

 Esta é uma certificação associada ao TOGAF, mas independente dela, ou seja, é possível obter essa certificação mesmo sem que antes o candidato seja certificado em TOGAF.

Daremos mais detalhes de cada uma dessas técnicas em artigos futuros. 

 A Arquitetura de Negócio “para em pé” sozinha – Parte 2

Como dissemos anteriormente, a Arquitetura de Negócio “para em pé” sozinha. Através da adoção de suas técnicas, o Arquiteto de Negócio é capaz de alcançar um profundo conhecimento o negócio da empresa, incluindo sua estratégia, processos, fluxos de valor produtos e geografia.

Esse profundo conhecimento dos aspectos estratégicos e operacionais do negócio da empresa permite ao arquiteto entender o que pode ser melhorado, onde devem ser aplicados os esforços de inovação, quais são os maiores riscos para o negócio muitas outras perguntas, mesmo antes de levar em conta os aspectos de Arquitetura de TI. 

 Conclusão 

 Espero ter convencido você de que Arquitetura de Negócio não é apenas um “apêndice” à Arquitetura de TI.

Eu costumo dizer que “todo Arquiteto é um Arquiteto de Negócio”. Se você é um Arquiteto de TI – seja você responsável pela Arquitetura de Aplicações, de Dados ou Infraestrutura, você só tem a ganhar enormemente se passar a entender o Modelo de Negócio de sua organização através da Arquitetura de Negócio. Desta forma, você será capaz gerar resultados de negócio no nível estratégico. A Arquitetura de TI, sem a Arquitetura de Negócio, só é capaz de gerar benefícios táticos e operacionais.

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